quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Da Natureza à Cultura - Ficha...

__________ - Cultura: um conceito antropológico. Da natureza da cultura.


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“A natureza dos homens é a mesma, são seus hábitos que os mantêm separados” (Confúcio)

HERÓDOTO (484-424 a.C.)

TÁCITO (55-120)

MARCO POLO

PADRE JOSÉ DE ANCHIETA (1534-1597)

MONTAIGNE (1533-1572)

Desde a Antiguidade, foram comuns as tentativas de explicar as diferenças de comportamento entre os homens, a partir das variações dos ambientes físicos.

MARCUS V. POLLIO

IBN KHALDUN

JEAN BODIN

D’HOLBACH


O determinismo biológico:

São velhas e persistentes as teorias que atribuem capacidades específicas inatas a “raças” ou a outros grupos humanos.

Os antropólogos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais.

“não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais. Qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura, se for colocarda desde o início em situação conveniente de aprendizado” (Felix Keesing).

UNESCO

A espécie humana se diferencia anatômica e fisiológicamente através do dimorfismo sexual, mas é falso que as diferenças de comportamento existentes entre pessoas de sexos diferentes sejam determinados biologicamente.

Resumindo, o comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de um processo que chamamos de endoculturação.


O determinismo geográfico:

O determinismo geográfico considera que as diferenças do ambiente físico condicionam a diversidade cultural.

A partir de 1920, [...] refutaram esse tipo de determinismo e demonstraram que existe uma limitação na influência geográfica sobre os fatores culturais. E mais: que é possível e comum existir uma grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo de ambiente físico.

Tudo isto porque difere dos outros animais por ser o único que possui cultura.


Antecedentes históricos do conceito cultura:

KULTUR x CIVILIZATION

“tomado em seu amplo sentido etnográfico é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”. (Edward Tylor – 1832-1917)

[...] a mente humana não é mais do que uma caixa vazia por ocasião do nascimento, dotada apenas da capacidade ilimitada de obter conhecimento, através de um processo que hoje chamamos de endoculturação.

“Nenhuma ordem social é baseada em verdades inatas, uma mudança no ambiente resulta numa mudança no comportamento”. (Marvin Harris – 1969)

“[...] o homem é capaz de assegurar a retenção de suas idéias [...], comunicá-las para outros homens e transmiti-las para os seus descendentes como uma herança sempre crescente”. (Jacques Turgot – 1727-1781)

Mais de um século transcorrido desde a definição de Tylor, era de se esperar que existisse hoje um razoável acordo entre os antropólogos a respeito do conceito. [...] Mas, na verdade, as centenas de definições formuladas após Tylor servuram apenas para estabelecer uma confusão do que ampliar os limites do conceito.

Em 1871, Tylor definil cultura como sendo todo o comportamento aprendido, tudo aquilo que independe de uma transmissão genética, como diríamos hoje.

[...] o homem é o único ser possuidor de cultura.

Mais do que preocupado com a diversidade cultural, Tylor a seu modo preocupa-se com a igualdade existente na humanidade. A diversidade é explicada por ele como o resultado da desigualdade de estágios existentes no processo de evolução.

Para entender Tylor, é necessário compreender a época em que viveu e conseqüentemente o seu background intelectual.

Franz Boas (1858-1949) [...] atribuiu à antropologia a execução de duas tarefas: a) a reconstrução da história de povos ou religiões particulares; b) a comparação da vida social de diferentes povos, cujo desenvolvimento segue as mesmas leis.

Não se pode ignorar que o homem, membro proeminente da ordem dos primatas, depende muito de seu equipamento biológico. Para se manter vivo, independentemente do sistema cultural ao qual pertença, ele tem que satisfazer um número determinado de funções vitais, como a alimentação, o sono, a respiração, a atividade sexual etc. Mas, embora estas funções sejam comuns a toda humanidade, a maneira de satisfazê-la varia de uma cultura para outra.

“Não é preciso argumentar para provar que algumas coisas de nossas vidas e constituição provêm da natureza pela hereditariedade, e que outras coisas nos chegam através de outros agentes com os quais a hereditariedade nada tem que ver”. (Kroeber)

Estes dois exemplos de Kroeber mostram que o homem criou o seu próprio processo evolutivo.

Ao adquirir cultura perdeu a propriedade animal, geneticamente determinada, de repetir os atos de seus antepassados, sem a necessidade de copiá-los ou de se submeter a um processo de aprendizado.

O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado.

10 PONTOS PARA A AMPLIAÇÃO DO CONCEITO CULTURA


Idéia sobre a origem da cultura:

Em outras palavras, [...] o homem adquiriu este processo extra-somático que o diferenciou de todos os animais e lhe deu um lugar privilegiado na vida terrestre.

[...] Richard Leackey e Roger Lewin, o início do desenvolvimento do cérebro humano é uma conseqüência da vida arborícola de seus remotos antepassados.

David Pilbeam refere-se ao bipedismo como uma característica exclusiva dos primatas entre todos os mamíferos.

Kenneth P. Oakley destaca a importância da habilidade manual, possibilitada pela posição erecta, ao proporcionar maiores estímulos ao cérebro, com o conseqüente desenvolvimento da inteligência humana.

Claude Lévi-Strauss, o mais destacado antropólogo francês, considera que a cultura surgiu no momento em que o homem convencionou a primeira regra, a primeira norma. Para Lévi-Strauss, esta seria a proibição do incesto, padrão de comportamento comum a todas as sociedades humanas.

Leslie While, antropólogo norte-americano contemporâneo, considera que a passagem do estado animal para o humano ocorreu quando o cérebro do homem foi capaz de gerar símbolos.

O primata, como ironizou um antropólogo físico, não foi promovido da noite para o dia ao posto de homem. O conhecimento científico atual está convencido de que o salto da natureza para a cultura foi contínuo e incrivelmente lento.


Teorias modernas sobre cultura:

1. Culturas são sistemas (de padrões de comportamento socialmente transmitidos) que servem para adaptar as comunidades humanas aos seus embasamentos biológicos.
2. Mudança cultural é primariamente um processo de adaptação equivalente à seleção natural.
3. A tecnologia, a economia de subsistência e os elementos da organização social diretamente ligada à produção constituem o domínio mais adaptativo da cultura.

[...] só nos resta afirmar mineiramente como Murdok (1932): “Os antropólogos sabem de fato o que é cultura, mas divergem na maneira de exteriorizar este conhecimento”.

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TURMA 2J

Esse foi o semestre vivido pela turma 2J de jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie (1º semestre de 2008).

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Para receber mais informações sobre os conteúdes, envie e-mail para mackjornalistas@gmail.com

Carlos Eduardo Xavier

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Atendo pelo nome Carlos Eduardo Xavier. Nasci em Assis (SP) no dia 17/12/1987 e logo me mudei para Cerejeiras (RO), onde passei minha infância, melhor fase da minha vida. Novamente em Assis, termino a escola e o colegial. Vou morar na Itália, onde passo um ano convivendo com pessoas de mais de 100 nacionalidades. Em Loppiano (Firenze - Itália) é que aprendi a viver o que a vida sempre me ensinou. Assis pela terceira vez me recebe, mas por somente seis meses. De lá vou para a capital do estado, onde, agora, faço Jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie. MSN... cadu_gen@hotmail.com