quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O que é fotografia? - Ficha...

KUBRUSLY, Claudio Araújo. O que é fotografia, São Paulo. Brasiliense, 2003. Coleção primeiros passos; 82.

O QUE É FOTOGRAFIA?

•[ela] substitui o fluir da própria vida, o passar incessante do tempo...
•Fotografar passar a ser o ato de parar o fluir de uma imagem já existente, não um processo de obtenção e reprodução dessa imagem.
•[quando surgiu] parecia mágico – quase bruxaria – que uma máquina pudesse produzir imagens tão perfeitas de qualquer coisa que se colocasse diante dela.
•[O que é fotografar?] Fiz a pergunta a várias pessoas – inclusive alguns fotógrafos – e não houve sequer duas respostas iguais.
•Nem só os poetas devem saber ler e escrever, assim como nem só os fotógrafos devem ter acesso à fotografia.
•A idéia de aprisionar aquelas imagens era, portanto, banal. Quase todos devem tê-la acariciado alguma vez. Muitos empreenderam a aventura de buscar uma solução; alguns chegaram a resultados mais ou menos satisfatórios. Isto explica por que a fotografia foi inventada por várias pessoas, quase ao mesmo tempo, em diferentes lugares, inclusive no Brasil, por outro francês: Hércules Florence.
•Experimentamos uma espécie de frustração diante de uma fotografia, ela provoca, quase sempre, o desejo de mais informação. Queremos saber sobre antes e depois, perguntamos sobre pessoas, o lugar, o evento, a época. Buscamos a história que a imagem insinua e oculta, o texto que falta, falado ou escrito.
•O cinema e a televisão também surgem das imagens impecáveis de uma objetiva, mas a inevitável superposição de imagens, que imita o movimento, destrói cada imagem isolada. Vemos todas as imagens em conjunto num fluxo que imita a vida.
•A imagem imóvel da fotografia – fragmento retido do tempo – provoca outro tipo de envolvimento. [...] É impossível separar a fotografia do tema fotografado, mas ela não é o tema, é apenas o vestígio deixado por ele no momento mágico do clic.
•O rosto, e não as impressões digitais, é nosso documento de identidade. [...] Além de identificar determinada pessoa, precisa e rapidamente, o rosto informa, ao mesmo tempo, sobre seu ânimo, disposição ou estado de espírito. [...] o rosto humano parece ser o mais intrigante e é, seguramente, o mais fotografado. [...] O homem só não foi o primeiro tema da fotografia por razões técnicas.
•Daguerre se prepara para fotografar, do alto, um boulevard parisiense. Um homem pára numa esquina e decide engraxar os sapatos, sem saber que será a primeira “vítima” da objetiva (máquina fotográfica). [...] ninguém sabe o seu nome ou quem seja.
•O retrato fotográfico tinha sido conquistado apenas em parte. Faltava um elemento decisivo: um tempo de exposição tão curto que por si só paralisasse os movimentos, prescindindo, para captar o “breve instante”, do prolongamento artificial da pose, numa imitação absurda da vida. Faltava o instantâneo. Passaram-se duas décadas até a conquista definitiva do instantâneo.
•Todos tinham no instantâneo uma nova ameaça: qualquer um poderia ser surpreendido fazendo qualquer coisa e ter a sua imagem registrada sem que fosse preciso pousar ou saber da existência do fotógrafo.
•Um retrato pode ser examinado minuciosamente, com uma insistência com que não ousaríamos olhar o próprio retrato. É como estar do outro lado do espelho, observando sem o risco de ser observado também – um monólogo, sem as implicações de outro olhar para dialogar.
•A primeira página do New York Tribune do dia 21 de janeiro de 1897 publicava a primeira imagem impressa sem o “auxílio da mão do artista”.
•Estimulados por tiragens sempre crescentes, fotógrafos e editores esforçavam-se por desvendar a sintaxe da nova narrativa, aplicando muitas vezes, às imagens, conceitos e estruturas verbais. A substituição de palavras por imagens é um tema que até hoje gera boas discussões.

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TURMA 2J

Esse foi o semestre vivido pela turma 2J de jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie (1º semestre de 2008).

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Carlos Eduardo Xavier

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Atendo pelo nome Carlos Eduardo Xavier. Nasci em Assis (SP) no dia 17/12/1987 e logo me mudei para Cerejeiras (RO), onde passei minha infância, melhor fase da minha vida. Novamente em Assis, termino a escola e o colegial. Vou morar na Itália, onde passo um ano convivendo com pessoas de mais de 100 nacionalidades. Em Loppiano (Firenze - Itália) é que aprendi a viver o que a vida sempre me ensinou. Assis pela terceira vez me recebe, mas por somente seis meses. De lá vou para a capital do estado, onde, agora, faço Jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie. MSN... cadu_gen@hotmail.com