terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O terceiro problema - Ficha...

MORIN, Edgar. Um terceiro Problema.
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No começo do século XX, o poder industrial estendeu-se por todo o globo terrestre.

Cinqüenta anos mais tarde um prodigioso sistema nervoso se constituiu no grande corpo planetário: as palavras e as imagens saiam aos borbotões dos teletipos, das rotativas, das películas, das fitas magnéticas, das antenas de rádio e de televisão.

A segunda industrialização, que passa a ser a indústria do espírito, [...] penetrando no domínio do homem e aí derramando mercadorias culturais. [...] hoje em dia músicas, palavras, filmes levados através de ondas, não haviam sido ao mesmo tempo fabricados industrialmente e vendidos comercialmente.

Os problemas colocados por essa estranha noosfera, que flutua na corrente da civilização, se encontram entre os terceiros problemas que emergem no meio do século XX.

É esse o caso daquilo que pode ser considerado como uma Terceira Cultura, oriunda da imprensa, do cinema, do rádio, da televisão, que surge, desenvolve-se, projeta-se, ao lado das culturas clássicas – religiosas e humanistas – e nacionais.

É no amanhã da Segunda Guerra Mundial que a sociologia americana detecta, reconhece a Terceira Cultura e a domina: mass culture. [...] produzida segundo as normas maciças de fabricação industrial; propaganda pelas técnicas de difusão maciça [...]; destinando-se a uma massa social, isto é, um aglomerado gigantesco de indivíduos compreendidos aquém e além das estruturas internas da sociedade (classes, famílias, etc.).

[...] há, de um lado um lado, uma “cultura” que define, em relação à natureza, as qualidades propriamente humanas do ser biológico chamado homem, e, de outro lado, culturas particulares segundo as épocas e as sociedades.

Assim, a cultura nacional, desde a escola, nos imerge nas experiências mítico-vividas do passado [...]. A cultura religiosa se baseia na identificação com deus que salva, e com a grande comunidade maternal-paternal que constitui a igreja. [...] Mais sutilmente, ou antes, de modo mais difuso, a cultura humanista procura um saber e uma sensibilidade, um sistema de formas afetivas e intelectuais [...].

As sociedades modernas são policulturais. Focos culturais de naturezas diferentes encontram-se em atividade: a (ou as) religião, O Estado nacional, a tradição das humanidades afrontam ou conjugam suas morais, seus mitos, seus modelos dentro e fora da escola.

A cultura de massa integra e se integra ao mesmo tempo numa realidade policultural. Faz-se conter, controlar, censurar (pelo Estado, pela Igreja) e, simultaneamente, tende a corroer, a desagregar as outras culturas.

Embora não sendo a única cultura do século XX, é a corrente verdadeiramente maciça e nova deste século. Nascida nos Estados Unidos, já se aclimou a Europa Ocidental. Alguns de seus elementos se espalharam por todo o globo. Ela é cosmopolita por vocação e planetária por extensão. Ela nos coloca os problemas da primeira cultura universal da história da humanidade.

[...] por mais diferentes que sejam as origens dos desprezos humanistas, de direita e esquerda, a cultura de massa é considerada como mercadoria cultural ordinária, feia ou, como se diz nos Estados Unidos: kitsch.

Isso nos leva a reexaminar e autocriticar nossa noção ética e estética de cultura, e recomeçar a partir de uma cultura em imersão histórica e sociológica.

Método autocrítico e método da totalidade. O método da totalidade engloba o método autocrítico porque tende não só a encarar um fenômeno em suas interdependências, mas, também, a encarar o próprio observador no sistema de relações.

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TURMA 2J

Esse foi o semestre vivido pela turma 2J de jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie (1º semestre de 2008).

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Carlos Eduardo Xavier

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Atendo pelo nome Carlos Eduardo Xavier. Nasci em Assis (SP) no dia 17/12/1987 e logo me mudei para Cerejeiras (RO), onde passei minha infância, melhor fase da minha vida. Novamente em Assis, termino a escola e o colegial. Vou morar na Itália, onde passo um ano convivendo com pessoas de mais de 100 nacionalidades. Em Loppiano (Firenze - Itália) é que aprendi a viver o que a vida sempre me ensinou. Assis pela terceira vez me recebe, mas por somente seis meses. De lá vou para a capital do estado, onde, agora, faço Jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie. MSN... cadu_gen@hotmail.com