segunda-feira, 24 de março de 2008

Fidelidade!

A fidelidade é a qualidade do ser fiel, sinônimo de lealdade àquilo que lembra, que crê, que ama.

Ao pensarmos na fidelidade de um casal, a fidelidade conjugal, pode-se entrar em conflito. Para uns, por conta da cultura estabelecida, fidelidade é permanecer apenas com uma pessoa, para outros, entretanto, não. Mantendo-me na cultura a que pertencemos (a ocidental), de forma abrangente, há o chamado “casal moderno”, que compartilha de um amor livre, e o casal conservador, no qual o amor dado e recebido é exclusivo.

O exemplo da família polonesa (esta que foi utilizada como base para a peça teatral do grupo), serve de modelo para que entendamos a distinção entre a fidelidade moral e a fidelidade física. Nesse caso, em especial (ou em outros que partam do mesmo princípio), a fidelidade física foi sim “rompida”, mas não a moral. A esposa manteve-se fiel ao marido e filhos, fiel à família e ao casamento, independente de ter dormido com outro homem. A escolha de ficar grávida de outro, que não seu companheiro, não foi feita com o intuito dar-se prazer, e sim de reencontrar sua família. Foi a única decisão plausível a ser tomada.

Como disse Nietzsche, “É possível prometer atos, não sentimentos; pois estes são involuntários (...) ele pode prometer atos que são, em geral, sem dúvida, as conseqüências do amor, do ódio, da fidelidade (...)”.

Há aqueles que têm uma opinião científica quanto ao assunto; um ponto de vista biológico, como Hume e Schopenhauer. Este último citou em “Metafísica do amor” que “antes de mais nada, é preciso considerar que o homem é, por natureza, levado à inconstância no amor, e a mulher à fidelidade (...), é uma conseqüência do objetivo da natureza que está voltado para a preservação e, portanto, para o aumento mais considerável possível da espécie”.

E, se posso dar a minha opinião pessoal a respeito do assunto, faço das palavras de Castiglione as minhas: “As paixões amorosas trazem em si uma grande desculpa para todos os erros; no entanto, julgo, no que me tange, que um cavalheiro de valor que ama deve nisso, como em todas as outras coisas, ser sincero e verdadeiro; e se é verdade que é uma vilania e uma falta abominável cometer uma traição, ainda que no sítio de um inimigo, pensai como deve ser considerada mais grave a falta cometida contra a pessoa que se ama. Quanto a mim, creio que todo o apaixonado nobre não suporta tantas penas, tantas vigilâncias, não se submete a tantos perigos, não provoca tantas lágrimas, e não usa de tantos meios e vias para agradar a sua dama, unicamente para lhe conquistar o corpo, porém muito mais para lhe vencer a rocha do coração, quebrar esses duríssimos diamantes, reaquecer esses frios gelos que em geral ficam alojados nos delicados peitos das mulheres. Acho que esse é o verdadeiro e sólido prazer e a finalidade para a qual tende a intenção de um nobre coração. E, no que me diz respeito, certamente eu gostaria mais, se estivesse apaixonado, de saber com clareza que aquela a quem sirvo me dá amor em troca e me deu o coração, sem nunca ter dela outra satisfação como tirar-lhe gozo e uma abundância de prazeres contra a sua vontade; pois, nesse caso, eu me julgaria dono de um corpo sem alma. É por isso que os que conseguem satisfazer os seus desejos por meio de traições injuriam os outros; e com tudo isso, eles não têm satisfação que se deve desejar no amor, ao possuir o corpo sem a vontade (...)”.

Mas não se deve pensar somente sobre a fidelidade conjugal. Há inúmeros outros casos em que há fidelidade, afinal, é por meio dela que se garante a existência dos valores e das virtudes, e o que garante se a fidelidade é ou não digna de louvor é o objeto a que se é fiel.


Diálogos correspondentes ao teatro

Narrador: Em tempos da Segunda Guerra Mundial, havia uma família polonesa muito feliz. Catacrese era casada com Zeugma, e eles tinham uma linda filha chamada Demiúrgica Potinho. Um dia, os malévolos alemães arrombaram a porta da casinha de sapê da família feliz e seqüestraram Catracrese.
Catracrase é arrastada para fora.
Zeugma (desesperado): Amore mio, ops, meu amor, não te vás!
Demiúrgica Potinho: Mamãe, mamãe...
Narrador: Catacrese foi levada para um campo de concentração.
Catacrese: Ah, como estou triste! E minha família, minha linda e feliz família, deve estar morta agora. (choro)
Narrador: Um dia, quando Catacrese já estava se entregando à morte, soube por terceiros que sua família estava a sua espera. Catacrese novamente quis viver e pensou nas formas de como sair daquele campo de concentração.
Catacrese: Existem três jeitos para eu sair. Uma é morrendo, mas quero sair e correr pelos campos floridos de mãos dadas com Zeugma e Demiúrgica. O segundo jeito é eu pegar uma doença infecto contagiosa, mas eu quero gozar muito a vida. E, por fim, tem como eu sair grávida. Huummm, grávida!
Catacrese avista o primeiro guarda e utiliza toda sua sedução.
Catacrese: Ei... Psiu!
Vernáculo (coloca as mãos no peito como se não acreditasse que fosse com ele): É comigo?
Catacrese: Sim, claro. Tem algum outro guarda bonito por aqui? Qual o seu nome, bonitinho?
Vernáculo: Eu me chamo Vernáculo!
Catacrese: Nossa, que nome bonito!
Narrador: Catacrese deixa seu pudor e vergonha de lado e ataca para a ofensiva.
Catacrese: Meu bom Vernáculo, você poderia me ajudar? Eu estou com um fogo subindo e descendo que está uma loucura, acho que é falta de “vuco-vuco”. Gostaria de saber se você poderia resolver meu probleminha.
Vernáculo: Opa!
Vernáculo e Catacrese dormem juntos.
Narrador: Catacrese fica grávida de Vernáculo e é expulsa do campo de concentração. Assim, ela vai ao encontro de sua família.
Demiúrgica Potinho: Mamãe, mamãe, você voltou! Eu senti tanta saudade, comi feijão todos os dias como uma menininha boazinha.
Zeugma: Catacrese, você está de volta. Com você minha felicidade também voltou!
Catacrese abraçou sua filha e marido.
Catacrese: Como vocês estão lindos...
Narrador: Mais tarde, Catacrese explica ao marido sua angústia no campo de concentração e como fez para sair.
Zeugma: E tem mais! Além de eu lhe perdoar, quero que seu filho se chame Vernáculo, pois este homem é o responsável pela união da nossa família. Catacrese-cara-de-maionese, você não me traiu, você foi fiel a mim e à sua família até mesmo no momento em que você deu as catacradas com o guarda, pois você o fez por nós, pela nossa história, pelo nosso futuro. Eu te amo!
Narrador: E, assim, viveu feliz e para sempre a família polonesa!

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TURMA 2J

Esse foi o semestre vivido pela turma 2J de jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie (1º semestre de 2008).

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Para receber mais informações sobre os conteúdes, envie e-mail para mackjornalistas@gmail.com

Carlos Eduardo Xavier

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Atendo pelo nome Carlos Eduardo Xavier. Nasci em Assis (SP) no dia 17/12/1987 e logo me mudei para Cerejeiras (RO), onde passei minha infância, melhor fase da minha vida. Novamente em Assis, termino a escola e o colegial. Vou morar na Itália, onde passo um ano convivendo com pessoas de mais de 100 nacionalidades. Em Loppiano (Firenze - Itália) é que aprendi a viver o que a vida sempre me ensinou. Assis pela terceira vez me recebe, mas por somente seis meses. De lá vou para a capital do estado, onde, agora, faço Jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie. MSN... cadu_gen@hotmail.com