segunda-feira, 3 de março de 2008

Teoria Hegemonica

Teoria hegemônica/comunicação alternativa

• Principais autores: Juan Somavia (diretor do Ilet), Luís Ramiro Beltran, Armand Mattelart, Herbert Schiller, entre outros.
• Pressupostos teóricos: Marxismo, de linha leninista e gramsciniana
• América Latina (Chile, México, Colômbia, Peru, Equador etc.), anos 70.
A situação dos meios de comunicação nos países do Terceiro Mundo começou a despertar o interesse dos pesquisadores, sobretudo norte-americanos e europeus, na década de 50 - Wilbur Schramm, da Universidade de Stanford (EUA), fez uma análise do papel dos meios massivos na promoção do progresso econômico e social no início dos anos 60. Mas, com o acirramento da Guerra Fria e a instalação de governos autoritários nos países latino-americanos sob a proteção dos Estados Unidos, os teóricos de esquerda passaram a destacar a relação política e ideológica dos meios de comunicação de massa, na década de 70.
Dois conceitos foram largamente utilizados por estes teóricos:
imperialismo cultural e hegemonia. O primeiro parte da concepção de Lênin, de que o sistema capitalista necessitaria expandir o mercado de consumo para evitar as crises cíclicas por que passa. O imperialismo econômico garantiria, assim, uma sobrevida ao capitalismo. Paralelamente à exploração econômica dos países periféricos, também ocorreria a imposição, por parte dos países imperialistas, de produtos culturais, de costumes e do modo de vida dos países desenvolvidos, o que caracteriza o imperialismo cultural. Além disso, a classe dirigente dos países do Terceiro Mundo estabeleceria laços econômicos e políticos com a classe dirigente dos países ricos, ficando subordinada a ela. Por isso, esta escola é conhecida como teoria da dependência.
Já o conceito de hegemonia foi desenvolvido pelo teórico marxista italiano António Gramsci. Para ele, a classe que detém a hegemonia política numa sociedade já dominava esta sociedade do ponto de vista cultural. A conquista e manutenção da hegemonia política implica na hegemonia cultural já assegurada. Segundo os teóricos desta linha de pesquisa, os países imperialistas garantiriam sua hegemonia através do imperialismo cultural, difundido pelos meios de comunicação de massa. Armand Mattelart (ver bibliografia) procura demonstrar este fenômeno pela análise de conteúdo de produtos culturais, como histórias em quadrinhos, ou através da relação econômica de empresas de comunicação dos países subdesenvolvidos com empresas multinacionais, em especial norte-americanas, em função da Guerra Fria.
A única possibilidade de escapar à visão de mundo projetada pelos meios de comunicação se encontra nas manifestações culturais oriundas das camadas mais pobres da população ou na utilização de meios alternativos. A cultura popular (música, literatura de cordel, escultura, pintura de murais, festas etc.), além de ser produzida pela própria classe marginalizada, ainda incluiria em seu conteúdo mensagens críticas ao sistema. Já os meios alternativos possibilitariam a veiculação de informações que não seriam divulgadas nos meios oficiais (contra-informação), por serem contrárias à ordem vigente. Muitos estudos foram dedicados aos meios alternativos, entre eles rádios de mineiros bolivianos, imprensa sindical e quadrinhos voltados para comunidades rurais. Durante algum tempo, cogitou-se criar uma agência de informações para os países terceiro-mundistas, com o objetivo de furar o monopólio das grandes agências de notícias, que estariam comprometidas com os países imperialistas. Esta idéia fazia parte da tentativa de gerar uma Nova Ordem Mundial da Informação e da Comunicação. A intenção seria criar um receptor mais crítico e participativo e transformar o modelo unidirecional de comunicação em processo dialógico (termo empregado por Paulo Freire - ver bibliografia). É preciso ressaltar que os pressupostos desta escola foram difundidos por teóricos ligados à Igreja progressista e à teologia da libertação. No Brasil, esta corrente teve grande influência nos estudos da comunicação, principalmente durante o regime militar.


Introdução à Teoria da Comunicação – Roberto Elísio dos Santos. IMS, 1992.

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TURMA 2J

Esse foi o semestre vivido pela turma 2J de jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie (1º semestre de 2008).

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Carlos Eduardo Xavier

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Atendo pelo nome Carlos Eduardo Xavier. Nasci em Assis (SP) no dia 17/12/1987 e logo me mudei para Cerejeiras (RO), onde passei minha infância, melhor fase da minha vida. Novamente em Assis, termino a escola e o colegial. Vou morar na Itália, onde passo um ano convivendo com pessoas de mais de 100 nacionalidades. Em Loppiano (Firenze - Itália) é que aprendi a viver o que a vida sempre me ensinou. Assis pela terceira vez me recebe, mas por somente seis meses. De lá vou para a capital do estado, onde, agora, faço Jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie. MSN... cadu_gen@hotmail.com